quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tela Quente - A Origem

 A Seção "Tela Quente" de hoje vem com a crítica de Henrique Pinheiro (Crítico de cinema por escolha e historiador por profissão)



 
 E o filme de hoje é...
INCEPTION!


O Cinema tem um talento natural de transportar o expectador para uma outra realidade. Nela interagimos, participamos e por aproximadamente duas horas nos propomos a desafiar nossos valores reais absorvidos ao longo da vida.

Entretanto, não basta apenas nos enganar, é preciso nos deslumbrar com a mentira e fazer com que a surrealidade faça parte de nós. E “A Origem” de Christopher Nolan nos propõe justamente isto. Ele nos coloca numa mentira desejável, numa falsa realidade que é incrivelmente sensorial e que inevitavelmente é, ou já foi, almejada por qualquer um de nós. O filme nos desafia, nos testa e ao mesmo tempo comove nossos infantis anseios de brincar com nossa mente.



Nolan nos coloca num mundo onde todos já estiveram, em um sonho. Tentar entender os sonhos é uma tarefa complexa e que o homem busca desde os seus primórdios mas o mais surpreendente de tudo é que A Origem não vem em busca de respostas. O filme apenas alimenta mais ainda as dúvidas, questiona nossos limites e a potencialidade da mente. A constante alternância entre sonhos e realidade é de tal modo abordada no filme que em alguns momentos o expectador é inserido literalmente no sonho e, caso desatento, a idéia se perde e tudo aquilo torna-se nada mais que uma simples fantasia lúdica



O nível de detalhamento do filme nos impede de uma descrição precisa dos eventos... Um grupo de trambiqueiros tornam-se nossos heróis fazendo algo indigno mas que de tão fascinante é inquestionável, fazendo com que participamos e torçamos que tudo dê certo. Além disso, a boa mistura do elenco dá uma maior estabilidade ao filme, cada personagem tem um pouco do clichê que o cinema adora em filmes de ação coletiva, como a iniciante Ariadne(Ellen Page), que tem o papel de aprender junto com o público os poderes dos sonhos, Arthur(Joseph Gordon-Levitt) que é assessor direto do problemático líder do grupo, Cobb( Leonardo Dicaprio) , personagem chave, que vem para construir e desconstruir o sistema. É ele quem nos dá as explicações mais profundas mas também é ele quem nos dá angustiante dúvida final. Os demais personagens apenas decoram o filme e dão um leve toque de humor ao filme.



O Título original, “The Inception”, nos remete diretamente ao sub-tema principal do filme que é o de inserir uma falsa idéia na mente das pessoas através dos sonhos. Já o título em português, “A Origem”, nos remete a uma dúvida constante no filme “Onde começa e em que sonho estamos?”.

“A Origem”, brinca conosco, nos leva ao incrível, surreal e duvidoso mundo dos sonhos. Tendo o cinema como aliado, creio que não existe lugar mais propício para assisti-lo ou melhor dizendo sonhá-lo.

NOTA

Quando perguntei ao "crítico" que nota ele dava pro filme, ele respondeu: "Coloca a nota máxima.
Eu achei muito foda."

Então toma Toruk Makto neles!!!


2 comentários:

W. disse...

Mííítico esse filmeeeeeeeee ;D

Trius disse...

Merece o prêmio Chuck Norris de Ouro!!! hUAIHaiuhAIUH